Vito Paolo Michele Franchini e Francesco Giuseppe Donato (foto da década de 1930 - tirada nos Jardins da Luz em Sào Paulo) Sou o neto mais velho de Francesco Giuseppe Donato, nascido em 1893 em San Marco Argentano, pequena cidade da Calabria, província de Cosenza, no sul da Itália. Sua màe, Maria Carmela Parisi Donato, minha bisavó paterna, também nasceu em San Marco Argentano no ano de 1861 e casou em outubro de 1889 com Domenico Antonio Donato, nascido em 1865 em Rota Greca, pequena cidade próxima a San Marco Argentano. Moravam no bairro Casalichio, mas o meu bisavôle; paterno Domenico Antonio Donato emigrou sozinho para o Brasil, tendo saído da Itália em maio de 1893, dois meses antes do nascimento do seu único filho homem, Francesco Giuseppe, meu avôle; paterno. Chegando ao Brasil meu bisavôle; foi morar na cidade de Sorocaba, interior do estado de Sào Paulo, com seus parentes, onde trabalhou como construtor, tendo construído sua casa na Rua da Penha, regiào central da cidade. Rua da Penha - Sorocaba / SP - foto do final do século XIX Em 1898 minha bisavó Maria Carmela e meu avôle; Francesco Giuseppe emigraram para o Brasil, vindos ao encontro do bisavôle; Domenico Antonio, tendo desembarcado no porto de Santos, cidade do litoral de Sào Paulo, de onde seguiram para sua nova casa em Sorocaba. Em meados de 1900, acometido da epidemia de Gripe Espanhola, que grassou em Sorocaba e outras cidades do estado, meu bisavôle; Domenico Antonio faleceu aos 35 anos, deixando viúva minha bisavó Maria Carmela, grávida da filha Macolata Donato e o filho Francesco Giuseppe. A filha Macolata nasceu no final de julho de 1900, pouco tempo depois do falecimento de seu pai. Maria Carmela e seus dois filhos viveram em Sorocaba até meados de 1910, quando mudaram para a Capital de Sào Paulo, indo viver no bairro da Lapa, próximo de sua cunhada Filomena Donato Berardinelli, irmà mais nova do seu falecido marido Domenico Antonio, que ela ajudou a criar, recém-casada, depois da morte dos pais deles em San Marco Argentano e que emigrou para o Brasil e residia com o marido no bairro da Lapa, em Sào Paulo. Minha bisavó Maria Carmela, meu avôle; Francesco Giuseppe e a irmà Macolata, minha tia-avó, viveram no bairro da Lapa até o final da década de 1950, sendo que a bisavó faleceu em 1944, na casa da Lapa. Meu avôle; faleceu em 1965 no seu apartamento no bairro dos Campos Elíseos e minha tia-avó, que nào casou, faleceu em 1982 em sua casa no bairro da Pompéia. Miguel Franchini Voltando no tempo, ainda em San Marco Argentano, um jovem professor chamado Vito Paolo Michele Franchini, que no Brasil ficou conhecido como Miguel Franchini, vindo da cidade de Turi, província de Bari, onde nasceu em 1868, se instalou na cidade onde lecionou durante algum tempo no Ginásio de San Marco Argentano. E foi lá que conheceu e ficou amigo da Família Parisi, que morava no bairro Casalichio, no centro histórico da cidade. No final de 1889 ele emigrou para o Brasil, tendo ido morar na casa de amigos de seus pais na cidade de Serra Negra, no interior de Sào Paulo. Como ele desembarcou no porto do Rio de Janeiro no dia 19 de novembro de 1889, data da Proclamaçào da República do Brasil, ele e todos os que chegaram naquele dia receberam o título de Cidadào Brasileiro, por força do Decreto-Lei assinado pelo nosso primeiro presidente, Marechal Deodoro da Fonseca. Foto de Serra Negra / SP - final do século XIX Foi morar em Serra Negra, na residência do casal de italianos, Raymundo Fiori e Maria Mossa, onde conheceu a filha deles, Paulina Fiori, nascida em Sào Paulo em 1878, com quem veio a se casar em 1890. Foto da Praça Matriz de Amparo / SP - início do século XX Na mesma época, fundou em Amparo, cidade próxima de Serra Negra, o Collégio Ítalo-Brazileiro. O estabelecimento oferecia internato e externato, com ensino primário, intermediário e secundário para filhos de italianos pobres, conforme anúncio publicado em jornal da Cidade. Ao mesmo tempo, exercia o cargo de secretário da La Societá Italiana di Mutuo Socorro Giuseppe Garibaldi. No final de 1892 transferiu sua residência para Sào Paulo ? Capital. Ao mesmo tempo, ingressou na Sào Paulo Railway Company, onde trabalhou até a sua aposentadoria em 1921 na direçào dos escritórios da companhia, no bairro da Lapa, para onde a família se mudou no final de 1900. Sào Paulo Railway Company - Estaçào da Lapa - final do século XIX Foi nomeado Juiz de Paz da Lapa, cargo que exerceu durante três gestões, tendo sido muito respeitado pela populaçào, graças às suas atividades em prol dos menos favorecidos. Tiveram dez filhos, sendo seis homens e quatro mulheres, das quais apenas a mais velha delas, de nome Antonia Franchini, nascida na Capital em 1895, se casou. Vamos agora analisar se o que aconteceu a seguir pode ser considerado como sendo uma Coincidência ou Destino: Disse no início deste relato que meu avôle; Francesco Giuseppe Donato, juntamente com sua màe Maria Carmela Parisi Donato, minha bisavó paterna e sua irmà Macolata Donato foram morar na Capital, no bairro da Lapa em 1910. Pois bem, meu avôle; foi trabalhar nos escritórios da Sào Paulo Railway Company, instalados no bairro da Lapa. E nas idas e retornos da casa para o trabalho ele passava na frente da casa do entào Juiz de Paz e gerente da Sào Paulo Railway Company, o professor Miguel Franchini, o mesmo que viveu e foi professor na sua cidade natal de San Marco Argentano, alguns anos antes do seu nascimento. E da janela da casa a jovem Antonia Franchini sempre o esperava, com a qual ele apenas trocava olhares, de longe. Até que um dia criou coragem e foi falar com o pai dela e seu chefe na Companhia Inglesa, Miguel Franchini, pedindo autorizaçào para namorá-la. O prof. Miguel Franchini perguntou o que ele fazia o que estudou e diante do modesto currículo de meu avôle; o pai respondeu: "Quando você for alguém voltaremos a conversar". Passados alguns anos meu avôle; já diplomado e trabalhando em Contabilidade, além de estar terminando o Curso de Engenharia Química voltou a falar com o rigoroso pai da Antonia Franchini que, desta vez concedeu a licença para o namoro. Em pouco tempo ficaram noivos e no dia da troca das alianças de noivado, meu avôle; levou sua màe para conhecer a família da noiva. E foi quando, ao ser apresentada para o pai Miguel Franchini, minha bisavó Maria Carmela perguntou se ele era o professor que morou e lecionou em San Marco Argentano e que era amigo de sua família Parisi. Uma vez confirmado o fato, todos ficaram impressionados diante do acontecido. O mais curioso é que apenas a filha Antonia Franchini se casou, suas outras três irmàs viveram e faleceram solteiras. Meus avós Francesco Giuseppe Donato (Francisco José Donato) e Antonia Franchini Donato tiveram quatro filhos, três homens e uma mulher. Primeira Geraçào da FAMÍLIA DONATO no Brasil Essa uniào, que aconteceu bem longe de San Marco Argentano, no bairro da Lapa, em Sào Paulo - Capital, uniu duas famílias que emigraram para o Brasil, indo viver em cidades distantes uma da outra e no final ambas escolheram o mesmo bairro da Capital de Sào Paulo para viver, culminando no encontro de seus filhos, que formaram a Primeira Geraçào dos nossos Donato no Brasil. Fica aqui a pergunta: Coincidência ou Destino. Francisco José Donato Neto - neto primogênito de Francesco Giuseppe Donato e bisneto de Miguel Franchini Sào Paulo / BRASIL - 2012 Coincidenza o destino |
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