O senhor Ubiraci do Brasil, há algumas semanas, me enviou uma foto de seu ancestral, Salvatore Greco, com a história de família, após seu casamento com uma mulher de San Marco Argentano, cidade da Calábria, Itália, onde ambos nasceram.
O nome de sua esposa era Carmela Lo Gatto, mas durante a viagem no navio Liban foi transcrito De Gatto e mais tarde, no Brasil, até Locato, La Gato. Carmela veio para o Brasil com sua irmã Costanza, de onze anos.
Junto com esta notícia, o Sr. Ubiraci me enviou a lista dos passageiros que estavam no vapor Liban quando este chegou ao Brasil, em 3 de junho de 1888. Lendo todos os nomes dos passageiros, descobri que havia algumas famílias de San Marco Argentano junto com Carmela e Costanza.
Na verdade havia:
Pasquale Pugliese com sua esposa Lanzillotta Brigida e seus dois filhos Achille e Ferdinando
Dardis Giuseppe com sua irmã Maria Celeste e sua esposa Rosa Picarelli
Serafina Sagulo com seu filho Francesco Ciancio
Quem eram eles? Havia vínculo parental com Carmela?
Comecemos por Carmela e sua irmã Costanza.
Carmela e Costanza eram filhas de Giuseppe Lo Gatto e Marianna Matta. Carmela tinha vinte anos e Costanza onze. O pai deles morreu em 1879 e não sabemos porque a mãe nào estava tambén no navio. Eles moravam em San Marco Argentano, num bairro próximo ao bispado, chamado San Pietro. Um irmáo e uma irmá morreram poucos meses após o nascimento. Carmela e Costanza eram, portanto, òrfãs de pai e filhas únicas de Marianna Matta. Mais novidades sobre os dois as famílias Lo Gatto-Matta podem ser encontradas nas seguintes páginas da Internet:
- Lo Gatto
- Matta

Pasquale Pugliese era um trabalhador agrícola, tinha quarenta anos e morava em um bairro rural chamado Facicchio. Sua família de origem era suficientemente rica e conhecida: seu pai Achille ele era um pequeno proprietário de terrenos e edifícios, e seu nome aparece em alguns documentos da época, também por suas posições políticas. Pasquale era casado com uma jovem de Cervicati, cidade vizinha de onde também vinha a família Pugliese, e tinha dois filhos.
Não houve relação parental direta entre Pugliese e Lo Gatto, mas olhando para suas respectivas árvores genealógicas descobrimos conexões com famílias comuns a ambos.
Mais informações na página:
- Pugliese

A terceira família de San Marco era formada por Giuseppe Dardis, de quarenta anos, e sua esposa Rosina Picarelli. Em 1888 tiveram um filho, Luigi Vincenzo, de treze anos, que não aparece entre os passageiros, mas sabemos que em 1928 já residia no Brasil. Sua irmã Maria Celeste, de vinte anos, solteira, viajava com ele. Giuseppe Dardis era bastante conhecido: era alfaiate, morava em um bairro do centro histórico e pertencia a uma família que estava presente em San Marco Argentano há muitos anos. Veja linhagem n° 4 da árvore genealógica na página:
- Dardis

Finalmente, uma mulher de trinta e poucos anos viajava no navio com seu filho de três anos. A mulher se chamava Serafina Sagulo, seu filho Francesco. O marido Camillo Ciancio a esperava no Brasil, onde havia chegado algum tempo antes. Aqui as árvores genealógicas do casal:
- Ciancio
- Sagulo

Vamos tentar descobrir algo sobre o navio em que eles estavam viajando.
Chamava-se Liban, foi lançado em 1882, pertencia à empresa francesa Fraissenet e tinha noventa metros de comprimento e onze metros de largura. Dada a pequena superfície, é concebível que as famílias de San Marco Argentano se tenham visto e mantido contactos frequentes durante a viagem.
Terão sem dúvida sabido que o navio que os transportou, em 1903 naufragou a poucos quilómetros do porto de Marselha.

Espero que quem no Brasil lê esta página e descende de uma das famílias citadas, possa acrescentar outras novidades às que publiquei, pois sua história pode ser reconstruída com a parte que nos ignoramos.

Paolo Chiaselotti

San Marco Argentano, 26.10.2023

Na imagem acima, uma representação da época do naufrágio do Liban em 1903, retirada da Fr-Wikipedia

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